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O presidente da Venezuela Nicolás Maduro negou, nesta quinta-feira (19), que o opositor Edmundo González tenha sido coagido e disse que o ex-candidato pediu a ele “clemência” antes de sair da Venezuela.
González, que tinha um mandado de prisão contra ele emitido pelo Ministério Público do país, acabou obtendo salvo-conduto para se asilar na Espanha e deixou a Venezuela no começo de setembro.
“Me dá vergonha alheia que o senhor González Urrutia, que pediu clemência para mim, não tenha palavra com o que desempenhou e alegre sua própria inaptidão e sua própria covardia para tentar salvar sabe-se lá o quê, porque ele já perdeu sua moral para sempre”, criticou Maduro em discurso.
Nos últimos dias, tanto o governo venezuelano como González confirmaram que o opositor assinou uma carta na qual acata a sentença judicial que ratifica a vitória de Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.
O ex-candidato apoiado por María Corina Machado, no entanto, diz ter assinado a carta sob coação, versão que o chavismo nega.
A carta foi assinada na residência do embaixador espanhol em Caracas – onde o opositor estava asilado – em uma reunião entre González, o presidente do Legislativo, Jorge Rodríguez, e da vice-Presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez.
Em entrevista à Reuters nesta sexta (20), o ex-candidato disse que buscou refúgio após ser avisado que as forças de segurança do governo do presidente Nicolás Maduro estavam indo atrás dele, e que poderia ter sido preso e possivelmente torturado se tivesse permanecido na Venezuela.
Em vídeo, após a revelação da existência da carta, González afirmou que o documento foi assinado durante “horas muito tensas de coação, chantagem e pressões”. “Ou eu assinava, ou me ateria às consequências”, expressou, sobre o que teriam dito para ele.
Para a CNN, o advogado do opositor, José Vicente Haro, disse que não sabia da existência do documento assinado por seu cliente, já que González teria sido “advertido de que seriam documentos classificados, considerados confidenciais, inclusive segredo de Estado”.
O chavismo, por sua vez, nega a coação e afirma que foi González quem procurou integrantes do governo para pedir o salvo-conduto para sair da Venezuela.
Em coletiva nesta quinta, Jorge Rodríguez divulgou áudios que afirma serem da reunião na residência do embaixador espanhol e que denotariam um ambiente cordial e o desejo do próprio opositor de sair do país.
“Ninguém pode alegar sua própria inaptidão em defesa própria. González Urrutia, ninguém pode alegar sua própria covardia e sua própria traição aos seus seguidores em defesa própria”, exclamou Maduro, em pronunciamento ao lado de Delcy Rodríguez.
O presidente venezuelano ainda disse ser ele quem foi perseguido, e garantiu que não se acovardou. “Eu poderia dizer, ai, estou assustado, os gringos falaram mal de mim. Ai, o Parlamento Europeu não me reconhece”, ironizou, sobre os questionamentos internacionais à sua eleição.
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by:cnnbrasil