Brasil abre 232 mil vagas de emprego em agosto, mostra Caged

Desemprego cai a 6,6% no trimestre até agosto, menor nível da série histórica para período, diz IBGE


A abertura de vagas formais de emprego no Brasil acelerou para 232 mil em agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em julho, o número havia sido de 188 mil postos formais.

O resultado de agosto é a diferença de 2,23 milhões de admissões contra 1,99 milhão de demissões.

No acumulado do ano, o resultado ficou positivo em 1,72 milhão de postos de trabalho, enquanto nos últimos 12 meses (de setembro de 2023 a agosto de 2024) o valor soma 1,79 milhão.

O resultado de agosto veio 19,1% maior que no mesmo mês do ano passado, quando o saldo ficou positivo em 219 mil vagas com carteira assinada.

Os cinco principais grupos de trabalho registraram saldo positivo em agosto. A fila foi puxada com folga pelo setor de serviços, com 118 mil postos, seguido por indústria (51,6 mil) e comércio (47,7 mil). Construção e agropecuária fecham a lista, com a criação de 13,3 mil e 1,4 mil, respectivamente.

Em agosto, o salário médio real de admissão ficou em R$ 2.156,86, uma redução de R$ 7,54 (0,3%) em relação a julho.

Já na comparação com agosto do ano passado, o ganho real foi de R$ 37,47, registrando alta de 1,8%.

O ministro em exercício, Chico Macena, criticou o movimento de aumento de juros pelo Banco Central, que na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), aumentou a Selica para 10,75% ao ano.

“Apesar do BC, aquele povo ensimesmado que trabalha, na nossa opinião, numa perspectiva contrária ao crescimento do país, aumentando o custo da dívida pública, desincentivando o investimento na indústria e na economia”, disse ao comentar os dados de agosto.

“O emprego continua crescendo no país, a atividade econômica continua crescendo no país, nós continuaremos trabalhando, numa política de investimento em todos os setores, porque nós acreditamos que esse é um movimento virtuoso possível para levar a um melhor desenvolvimento e renda”, frisou.

Macena ainda afirmou que o governo está “sempre atento aos movimentos do BC” e, principalmente, com relação ao que falam os agentes de mercado, “que apontam o emprego o aumento da renda como um fator que pressiona o consumo e inflação e esquece outros fatores como o aumento dos juros que trazem impactos relevantes para a dívida pública e o cumprimento da meta fiscal”.

Rio Grande do Sul

Em agosto, o Rio Grande do Sul registrou novamente saldo positivo de aberturas de vagas em agosto de 2024, após a calamidade pública provocada pelas fortes chuvas que afetaram o estado em maio.

Ao todo, 10.413 vagas foram abertas no mês, consolidando a retomada iniciada em julho, quando 6.682 pessoas foram contratadas formalmente.

Em maio e junho, o estado somou 30.519 em perda de vagas. Chico Macena afirmou que, pelo bom desempenho, o RS já “quase recuperou todas as vagas perdidas”.

Ainda de acordo com os dados, 344 municípios do estado registraram saldo positivo, enquanto 153 ainda não conseguiram se recuperar.

Caged x Pnad

A metodologia utilizada para o cálculo do Caged considera apenas os trabalhadores com carteira assinada e não inclui os informais.

Os dados do Caged são informados por empresas do setor privado, enquanto a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é feita por meio de uma pesquisa domiciliar, na qual também é contabilizada os trabalhadores informais.

Assim, não é possível comparar os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego com os números de emprego que constam na Pnad.



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