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As propostas econômicas do candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, podem gerar um impacto negativo na economia do país e do mundo, segundo análise do banco suíço UBS. A principal crítica é direcionada a sua intenção de elevar tarifas de importação.
Em entrevista ao WW desta segunda-feira (28), o diplomata Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), avalia a postura do ex-presidente norte-americano como simplista. Durante um comício, o republicano declarou amar as tarifas.
“As tarifas têm a sua função, seu papel na condução de uma política econômica comercial. Mas Trump fala isso de modo simplista. É uma maneira muito rasteira de encarar o papel que a tarifa tem na condução da política econômica de qualquer país”, pondera Azevêdo à CNN.
Trump afirmou que planeja elevar as tarifas aduaneiras a uma margem de 10% a 20% para todos os produtos estrangeiros que entrem no país. Exceto os da China, estes, caso eleito, serão taxados em 60%.
Durante suas reuniões anuais, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial expressaram preocupações sobre a proposta.
Azevêdo explica que o ex-presidente tenta sustentar o argumento de que a elevação serve para corrigir supostas assimetrias e imperfeições das relações comerciais entre os países.
“Trump acha que os produtos americanos não são tratados de maneira justa, que economias como a China e a Europa introduzem distorções que prejudicam a economia americana”, explica o ex-diretor-geral da OMC.
Além disso, o diplomata comenta que Trump tenta promover a ideia de que ao elevar o preço de importados estaria promovendo empregos ao favorecer a indústria nacional. Porém, o apontamento de Azevêdo é que os pontos levantados pelo republicano são falhos.
Segundo análise do UBS, as novas tarifas reduziriam o crescimento econômico global em 1 ponto percentual, além de impactar os mercados europeus e emergentes.