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Passageiros endinheirados que querem mais privacidade e rapidez vão ganhar um novo terminal no Aeroporto Internacional de Guarulho (SP), o maior do Brasil. Um novo terminal todo VIP, uma sala VIP elevada à enésima potência.
Com a promessa de exclusividade, o local vai cobrar uma entrada cara: US$ 590 por passageiro para usar as instalações por apenas três horas — quase R$ 3,5 mil.
A partir de 1º de dezembro, o novo terminal vai operar com a capacidade de 14 passageiros por hora ou cerca de 100 pessoas por dia.
Esse grupo — que ocupa metade de um avião da ponte-aérea — representa menos de 1% dos mais de 120 mil passageiros que passam diariamente pelo terminal.
O novo terminal vai usar a marca do banco BTG Pactual, que comprou o direito de uso do novo local. Não há detalhes sobre o valor dessa transação de compra do nome do terminal.
A direção da empresa informa, apenas, que a construção do terminal de 2,4 mil metros quadrados consumiu R$ 80 milhões.
Esse é o primeiro terminal VIP da América Latina. Esse tipo de instalação já funciona em outros mercados, como nos Estados Unidos e Europa.
A criação de uma instalação desse tipo parece ser resposta do setor financeiro e da aviação à percepção de perda da exclusividade de alguns serviços. Em Guarulhos, é comum observar grandes filas em várias das salas VIPs instaladas nas áreas de embarque do aeroporto, especialmente na área internacional.
Essas filas aparecem até no Banco Central. Dados do BC mostram que atualmente, 16% dos cartões de crédito em circulação já são da categoria premium — a categoria que dá acesso a este tipo de local.
Já são mais de 33 milhões de cartões nessas categorias, como black, infinite ou nanquim.
Em 2011, o acesso a esse tipo de serviço era muito mais restrito e apenas 5% dos cartões carregavam essa categoria.
Ao pagar o serviço, o passageiro será recebido por um concierge, que irá levá-lo até um local confortável onde os documentos pessoais serão checados. Ali, o passageiro receberá o cartão de embarque e fará despacho da bagagem.
Em seguida, passará por uma área de segurança, assim como em todo aeroporto — mas sem as filas do terminal mãe. E, ao chegar na sala de embarque, o passageiro terá acesso a mais alguns lounges.
E, assim como em toda área de embarque, há comida e bebida. A gastronomia feita pelo chef Ivan Ralston, do restaurante Tuju, com duas estrelas Michelin.
Já os bons drinks serão do The Punch Bar, assinados por Ricardo Miyazaki, que ganhou o título de melhor bartender de São Paulo.
No momento do embarque, o passageiro poderá escolher entre ser o primeiro ou o último a entrar no avião. Antes disso, vai chegar até a porta da aeronave em um carro elétrico.
Para Fabio Camargo, CEO do novo terminal do BTG Pactual, o preço cobrado pela exclusividade atende ao padrão que será entregue aos passageiros.
“O preço é compatível com a experiência que a gente está entregando. Se a gente fosse se basear no que vemos lá no exterior, a quantidade é maior de empresários, mas tem outros terminais parecidos com o nosso que são referência para as celebridades, que querem mais privacidade antes do embarque”, afirma.
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*Com Rogério Piovezan