[ad_1]
Há uma forte expectativa no mercado de que o Banco Central (BC) volte a subir a taxa básica de juros em sua reunião de política monetária que se encerra na quarta-feira (18).
Atualmente em 10,5% ao ano, a taxa Selic se encontra em um patamar considerado restritivo. E caso ela volte a subir, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) alerta para um potencial freio na expansão dos setores e habitação e infraestrutura do país.
“A entidade avalia que o aumento da taxa Selic pode prejudicar o ciclo de novos investimentos que vem sendo observado na construção, impondo ao empreendedor uma cautela maior na tomada de decisões, o que corresponde a um adiamento ou até mesmo o cancelamento de novos investimentos”, avalia a CBIC em nota.
“Além disso, a atividade do setor da construção aquece diversos outros segmentos econômicos, cujos produtos e serviços estão a ela associados, como material de construção, movelaria, linha branca, decoração, entre outros. Uma mudança nas taxas de juros pode esfriar o setor, contribuindo para a redução de atividade da economia.”
Em 2023, o setor de construção registrou um recuo de 0,5% em suas atividades, movimento pelo qual foram culpados os juros, que se mantiveram elevados, em 13,75%, entre agosto de 2022 e agosto do ano passado.
Porém, neste ano, dados apontam para um reaquecimento da atividade. No segundo trimestre, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor cresceu 3,5%.
A CBIC destaca que esse movimento de alta se traduz na geração de novos postos de trabalho com carteira assinada. Dados do Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, demonstram que o setor criou mais de 200 mil novos postos entre janeiro e julho deste ano, fazendo da Construção responsável por 13,42% do total dos novos empregos gerados no país.
A retomada fez com que a CBIC revisse sua projeção do crescimento do PIB do setor de 2,3% para 3% em 2024. Porém, a alta dos juros pode travar essa retomada.
“O crescimento econômico sustentado da economia brasileira só acontece com o incremento dos investimentos. O custo excessivo do crédito com uma alta taxa de juros e com spreads bancários elevados em nada contribui para sustentar o desenvolvimento nacional”, aponta.
A associação avalia que o país caminha na “contramão do mundo” ao se direcionar para o ciclo de altas, enquanto outros lugares já apontam para movimentos de queda de juros, como a União Europeia e os Estados Unidos.
“O estímulo a melhoria do ambiente de negócios e também ao crescimento da produtividade pode incentivar o investimento produtivo. Essa deve ser uma prioridade a ser perseguida com todos os instrumentos disponíveis”, afirma a CBIC.
“Só assim o país construirá as bases sólidas para o seu desenvolvimento sustentado. O setor da construção tem ampla contribuição a dar nesse esforço, pela geração de emprego e renda, pela realização de obras que imprimirão maior produtividade e competitividade à economia”, conclui.
Juros altos preocupam 69% dos brasileiros com aumento do custo de vida