O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo contundente por reformas na Organização das Nações Unidas (ONU) durante seu discurso na abertura da reunião ministerial do G20, realizada pela primeira vez na sede da ONU em Nova York. Lula criticou a estrutura “arcaica e excludente” da organização, enfatizando sua incapacidade de lidar eficazmente com os desafios globais atuais.
O analista sênior de assuntos internacionais Américo Martins comentou que todos os chanceleres do G20 concordaram com a necessidade de reforma, um passo significativo, embora ainda inicial. Um documento conjunto solicitando a reforma deve ser divulgado ao final da reunião, marcando o início de um longo processo de negociações e debates sobre o futuro da governança global.
Américo também avaliou que a ONU “tem mostrado pouco efetiva lidando com desafios globais”, como nos casos das guerras em Israel e na Ucrânia, além do combate às mudanças climáticas.
Reunião inédita e abrangente
A iniciativa de realizar a reunião do G20 na sede da ONU partiu da presidência brasileira do grupo, marcando um momento histórico. O encontro foi aberto a todos os ministros das Relações Exteriores presentes na Assembleia Geral, não se limitando apenas aos membros do G20. Esta abordagem inclusiva visa ampliar o diálogo sobre as reformas necessárias.
Lula reconheceu que cada país pode ter uma visão diferente sobre como a reforma deve ser conduzida, mas insistiu que a discussão precisa começar imediatamente. O presidente enfatizou que a ONU deve permanecer ‘sempre’ no centro da governança global, reforçando a importância da instituição apesar das críticas.
Além da reforma da ONU, Lula abordou outros temas cruciais, como a taxação de super-ricos e questões ambientais. Ele criticou a disparidade na representação de países com grande biodiversidade em comparação com nações mais ricas, mas com menos recursos naturais.