Ele começou com uma Kombi e muitas dívidas; hoje, seu negócio de flores fatura R$ 1 mi

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À frente de um negócio bem-sucedido no ramo de flores e plantas, Leandro Lopes também acumula alguns fatos curiosos sobre sua jornada empreendedora.

Quando fundou a Multiplantas, aos 27 anos, o empresário de Carapicuíba, no interior de São Paulo, já trabalhava há pelo menos uma década no ramo, com experiências que foram de jardineiro a vendedor de flores.

A experiência, porém, não se aplicava à gestão: com muitas dívidas acumuladas e apenas um antigo Chevrolet Kadett como patrimônio, a escolha por empreender foi movida pela paixão, mas também pela necessidade.

Durante seu período como vendedor em um box no Ceasa, centro de abastecimento famoso pelas vendas no atacado de flores, hortifruti e alimentos, Leandro mantinha sociedade com outra empresária, com a qual dividia a gestão do espaço comercial.

A dificuldade em conciliar o controle de dois empreendimentos —  ela também possuía outro negócio — e dificuldades financeiras levaram a empresária a vender sua parte do negócio a Leandro. Desse movimento nasceu a Multiplantas, em 2010, com CNPJ ativo desde 2011.

O aspecto mais curioso dessa história é, talvez, a maneira como o empresário encontrou caminhos para assumir o negócio: ele trocou um antigo carro em uma Kombi com sua ex-sócia, e assim começou a empresa.

“Não tinha nenhum recurso, dinheiro ou estoque. Estava extremamente endividado na época, e a única coisa que tinha era um Chevrolet Kadett, que troquei pela Kombi dela”, conta.

A Kombi então virou um importante instrumento de trabalho para a Multiplantas, sendo responsável por viabilizar as primeiras entregas da empresa na região e também por buscar os produtos adquiridos em Holambra, cidade que concentra o maior número de fornecedores do negócio, e reconhecida como polo nacional da floricultura.

Oportunidade no B2B

Atualmente, a Multiplantas distribui flores e atua com paisagismo para todo o Brasil, tendo o estado de São Paulo como seu principal centro comercial, com um foco especial em hospitais.

A entrada no B2B, sigla que define empresas que atendem outras empresas, veio da percepção de que havia uma dor ligada ao abastecimento.

“Percebi que todos os hospitais tinham essa dor. Tinham de sair para comprar as plantas para atender a parte de hotelaria e paisagismo, e todos eles também compravam de Holambra. Então começamos a suprir essa lacuna”, explica.

Dessa mesma percepção surgiu também a aproximação com outros estabelecimentos, como shopping centers e hotéis. Atualmente, além da loja no Ceasa, que atende floriculturas, decoradores e pessoas físicas, a Multiplantas fornece para grandes instituições, como o Hospital Albert Einstein e o Hospital São Camilo, e também o Shopping Iguatemi, em São Paulo, oferecendo plantas e flores para os ambientes internos e externos.

Com as duas verticais, o negócio já alcançou um faturamento milionário: em 2023, a receita foi de R$ 1 milhão.

De acordo com o empresário, a Multiplantas cresceu de forma vertiginosa nos últimos anos. Apesar de ter levado uma década para estruturar seu caixa, a pandemia, em 2020, beneficiou o negócio.

“Tivemos um crescimento legal até 2020. Foram 10 anos de crescimento e, sem dúvida, o isolamento fez as pessoas buscarem por mais plantas para suas casas. Foi algo que nos ajudou muito”, diz.

Apesar de sazonal e volátil, como todo e qualquer segmento apoiado na venda de insumos vivos, o mercado de flores e plantas ainda oferece muitas oportunidades para crescimento, ele afirma.

“O que faz a diferença para não ser apenas mais um fornecedor em meio a tantos é priorizar a qualidade no atendimento e ser cativante”, defende.

Além do atendimento, a Multiplantas também conta com o conhecimento de Leandro no setor para prestar uma espécie de “consultoria” para auxiliar clientes a escolherem as espécies adequadas.

“Ainda sou movido pela paixão. Saber que se está fazendo algo de bom para o planeta e para as pessoas é o que me motiva. A alegria que uma flor traz é algo muito incomum no mercado e nenhum outro segmento tem isso. A satisfação em ver que você está transmitindo isso é impagável”, conclui.

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(Texto de Maria Clara Dias)

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