Em NY, Haddad diz que haverá números de inflação “sucessivamente menores” daqui para frente

Os próximos passos do Copom e o impacto dos juros altos na economia


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou após reunião com agências de risco em Nova York que o Brasil deve continuar reduzindo a taxa de inflação nos próximos anos.

“Vamos continuar tendo sucessivamente taxas de inflação menores. A deste ano foi menor que a do ano passado, e a Selic vai responder a esse comportamento”, disse à jornalistas nesta segunda-feira (23).

Ele destacou que a política monetária global trouxe estresse para mercados emergentes, e que o Brasil pagou um preço mais alto por questões domésticas.

Haddad criticou a maquiagem nos números de inflação de 2022. Segundo ele, sem a desoneração dos combustíveis, a taxa seria de 8,25%. “Estamos pelo segundo ano com metade da inflação de dois anos atrás, mesmo com o repique do câmbio. Foi uma queda expressiva”, afirmou.

O ministro também reforçou que o país está surpreendendo em termos de crescimento. “O Brasil, que se dizia que não ia crescer, vai crescer mais de 3% este ano”, declarou. Ele acredita que as projeções da Fazenda para receita, despesa, PIB e inflação estão se confirmando e que, com isso, os números vão se acomodar naturalmente.

De acordo com o Boletim Focus – sondagem do Banco Central à analistas de mercado – divulgado nesta segunda, os economistas ouvidos elevaram a expectativa para a alta da inflação, saltando para 4,37% neste ano. No relatório da semana passada, a expectativa era de que o índice terminasse o ano com alta de 4,35%.

Para 2025, a expectativa sofreu um leve ajuste para baixo, passando de 3,95% para 3,97%.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O mercado também aumentou a expectativa para a taxa básica de juros, e enxerga a Selic a 11,50% em 2024. No relatório anterior, a previsão era de que os juros encerrassem o ano a 11,25%.

Nos cálculos da equipe econômica, divulgados na semana passada, as estimativas de inflação para o ano passaram de 3,9% para 4,25%. O valor encosta no teto da meta de 4,50%, estipulada pelo governo no ano.

Segundo o boletim Macrofiscal, a estimativa já leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado nos preços, a possibilidade de bandeira amarela na conta de energia elétrica no final do ano e o reajuste no piso mínimo dos preços do cigarro, realizado no mês passado.



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