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Israel realizou nesta segunda-feira (23) o ataque mais mortal ao Líbano desde a guerra entre as Forças de Defesa de Israel e o Hezbollah, em 2006. São mais de 300 mortos e mil feridos.
O Hezbollah está no centro desses ataques que atingiram, inclusive, a capital do país, Beirute.
O movimento islâmico apoiado pelo Irã é uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio.
A base principal do grupo fica na fronteira entre Israel e Líbano, onde as consequências da guerra entre Israel e Hamas são palpáveis — o Hezbollah e Israel estão envolvidos em ataques pontuais desde o início da guerra, colocando toda a região sob o risco de que isso possa desencadear um conflito mais amplo.
Aqui está o que saber sobre o conflito de décadas entre o Hezbollah e Israel:
Invasão israelense: as forças israelenses tomaram quase metade do território do Líbano quando invadiram o país em 1982. Isso incluiu Beirute, onde as forças israelenses, juntamente com milícias libanesas cristãs de direita aliadas a Israel, sitiaram a parte ocidental da capital para expulsar militantes palestinos.
A operação de Israel resultou em mais de 17.000 mortes, de acordo com relatos contemporâneos e um inquérito israelense sobre um massacre no campo de refugiados de Sabra e Shatila em Beirute. É um dos eventos mais sangrentos da história recente da região. A investigação, conhecida como Comissão de Inquérito Kahan, responsabilizou Israel indiretamente pelo massacre realizado pelos combatentes cristãos libaneses de direita. As estimativas para o número de mortes em Sabra e Shatila variam entre 700 e 3.000.
A ascensão do Hezbollah: enquanto multidões de combatentes palestinos deixavam o Líbano, um bando de combatentes islâmicos xiitas treinados pela nascente República Islâmica do Irã irrompeu no cenário político turbulento do Líbano. O grupo desorganizado teve um impacto descomunal e violento. Em 1983, dois homens-bomba ligados à facção atacaram um quartel da Marinha dos EUA em Beirute, matando quase 300 militares americanos e franceses, além de alguns civis.
Um ano depois, combatentes ligados ao Irã bombardearam a Embaixada dos EUA em Beirute, matando 23 pessoas. Em 1985, esses militantes se uniram mais formalmente em torno de uma organização recém-fundada: o Hezbollah.
Uma “frente de apoio” para Gaza em 2023: O Hezbollah faz parte de uma aliança maior liderada pelo Irã de grupos militantes que abrangem o Iêmen, a Síria, Gaza e o Iraque, que se envolveu em confrontos crescentes com Israel e seus aliados desde que a guerra com o Hamas começou em 7 de outubro de 2023. A aliança disse que continuará atacando alvos israelenses enquanto a guerra em Gaza continuar, renomeando-se como uma “frente de apoio” para os palestinos na faixa, conforme descrito por um líder sênior do Hezbollah.
Assassinato de líder-chave: Após meses de trocas de retaliações, as tensões aumentaram quando Israel disse que matou o comandante militar mais graduado do Hezbollah, Fu’ad Shukr, com um ataque a Beirute em julho. Em retaliação, o Hezbollah lançou centenas de drones e mísseis contra alvos em Israel em agosto. Israel negou que quaisquer alvos importantes tenham sido atingidos, e nenhuma evidência foi tornada pública para contradizer essa negação.
Moradores deslocados: O aumento dos combates transfronteiriços forçou as pessoas a deixarem suas casas no norte de Israel e no sul do Líbano. Na terça-feira (17), Israel tornou um novo objetivo de guerra devolver dezenas de milhares de moradores do norte de Israel para suas casas perto da fronteira. Autoridades e moradores da região norte têm pressionado cada vez mais o governo israelense sobre a necessidade de retorno. Mais de 100.000 pessoas foram deslocadas do sul do Líbano, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
Último ataque: Israel atingiu um prédio residencial em Beirute na semana passada, matando o comandante sênior do Hezbollah, Ibrahim Aqil. O Líbano já estava cambaleando depois que milhares de pequenas explosões atingiram os pagers e walkie-talkies dos membros do Hezbollah durante a semana, matando dezenas e ferindo milhares. No último episódio, os ataques aéreos israelenses no Líbano nesta segunda-feira mataram pelo menos 274, com 1.024 pessoas feridas, disse o Ministro da Saúde libanês em uma entrevista coletiva. É o dia mais mortal de ataques israelenses no Líbano desde a guerra de 2006. Em um discurso televisionado, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse ao povo do Líbano para “sair do caminho do perigo”, dizendo que seu país não está em guerra com eles, mas com o Hezbollah.
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by:cnnbrasil