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A fim de garantir a segurança do sistema de distribuição de energia elétrica, Jerson Kelman, ex-diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), defende maiores investimentos em infraestrutura, em entrevista ao WW desta segunda-feira (14).
Uma das alternativas levantadas é a de enterramento de fios, a qual deve custar R$ 20 bilhões aos cofres públicos, segundo estimativas da prefeitura. Apesar de concordar que esta seria a solução mais simples e técnica, Kelman aponta que ela não tem viabilidade econômica, uma vez que o consumidor não teria como arcar com o custo que a proposta iria gerar.
Na sexta-feira (11), uma pancada de chuva e ventos de mais de 100km/h deixaram São Paulo e algumas cidades vizinhas às escuras. O ex-diretor-geral aponta que esse cenário reforça a necessidade de investimentos, uma vez que, com as mudanças climáticas, esses acontecimentos devem ficar cada vez mais recorrentes.
O problema é que essas mudanças “não seriam feitas em um estalo”, ressalta Kelman.
Interferência política
Para que a avaliação do cenário seja feita de forma eficiente e técnica, o especialista defende a necessidade de independência das agências reguladoras.
“A Aneel vai ter que examinar, com calma, sem linchamento e envolvimento político. Ficar buscando culpados atrapalha os técnicos que têm que se concentrar no que é essencial”, avalia Kelman.
O ex-diretor-geral da Aneel frisa que o prazo dos contratos de investimento não é compatível com os mandatos de governos, de modo que o investimento de longo prazo não deveria ser pautado pela agenda do governo, mas sim pelo que seria melhor para o país.
“O investidor não quer correr o risco de depender do humor do governo”, pontua.