Juros futuros sobem pressionados por aversão ao risco geopolítico

Petróleo dispara mais de 5% com temor de escalada de conflitos no Oriente Médio

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Os juros futuros subiram nesta quinta-feira (3), em função do ambiente externo marcado pelo avanço no rendimento dos Treasuries e incertezas geopolíticas que trouxeram aversão ao risco.

As máximas foram atingidas pela manhã, dada a pressão adicional do leilão de prefixados do Tesouro, com risco maior para o mercado, e quando também era mais latente o temor de uma contra ofensiva de Israel ao Irã.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou na máxima de 12,30%, de 12,23% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2027 subiu de 12,27% para 12,36% e a do DI para janeiro de 2029, de 12,35% para 12,42%.

Passado o efeito positivo da melhora do rating do Brasil pela Moody’s, o mercado doméstico voltou-se hoje ao cenário internacional.

“Temos as questões do Oriente Médio que continuam levando à aversão ao risco global”, afirma o sócio e estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, lembrando que nesse quadro quem mais sofre são os ativos de economias emergentes.

“As bolsas ao redor do mundo estão em queda por conta da preocupação com Israel e Irã, e o petróleo voltando a subir”, complementa. Pesaram sobre o mercado comentários do presidente dos EUA, Joe Biden, admitindo discussões sobre possível bombardeio de Israel em unidades petrolíferas do Irã.

Nesse contexto, os juros dos Treasuries teriam de recuar pois a tendência é o mercado buscar segurança na compra de títulos do Tesouro americano, mas hoje avançaram com o índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços dos EUA, medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), acima do esperado.

O índice subiu para 54,9 em setembro, ante previsões de 51,8.

As taxas dos Treasuries subiram ainda mais à tarde, com o juro da T-Note batendo em 3,85%, refletindo a disparada de 5% dos preços do petróleo e o aumento da cautela antes da divulgação do payroll nesta sexta-feira (4).

A percepção dos agentes é de que os prêmios de risco seguem elevados na curva, mesmo após o ajuste de baixa promovido após a decisão da Moody’s, que por sua vez, teria sido comedido pelo ceticismo do mercado em relação à possibilidade de o País retomar o grau de investimento ainda durante o governo Lula.

“O mercado ainda segue ‘comprador’ com o risco do descumprimento do teto da meta de inflação de 2025 no radar”, afirma o sócio e estrategista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho.

Para ele, o foco do governo tem que ser a trajetória da dívida pública bruta/PIB, que deve superar 80% do PIB em breve e níveis de 90% nos próximos 12 meses.

“O crescimento econômico de curto prazo não será suficiente para estancar essa dívida em alta e sim, o ajuste fiscal e o recuo da inflação”, explica Velho, segundo o qual seus modelos apontam que a Selic teria de subir para 12,75% para que o IPCA não supere o teto de 4,5% em 2025.

“Mas o regime da ‘meta contínua’ pode fazer com que Bacen termine o ciclo na faixa de 12,25%.”

Em entrevista para comentar o resultado do Governo Central em agosto, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse ser importante que o País adote medidas para estabilizar a dívida pública “idealmente” num patamar ligeiramente inferior a 80% do PIB.

“Seria um grande resultado”, disse, lembrando que a equipe está refinando os dados da nova trajetória, afetada, segundo ele, pelo aumento da taxa de juros, com estabilização que ronda entre 81% e 82% do PIB em 2028.

A Medida Provisória 1.261/2024, que alonga o prazo para instituições financeiras deduzirem perdas decorrentes de inadimplência da base de cálculo do IRPJ e CSLL, foi monitorada, mas sem impacto nos juros.

A MP vai gerar R$ 16 bilhões adicionais em 2025, que não estão previstos no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), mas a Receita explicou que a medida não tem objetivo arrecadatório, e sim “prudencial”.

Também esclareceu que o valor decorre do alongamento do reconhecimento de uma despesa que anteriormente aconteceria em 36 meses. Portanto, no longo prazo, o resultado arrecadatório da medida é neutro.

Na gestão da dívida, o Tesouro vendeu integralmente o lote de 8 milhões de LTN e de 1,050 milhão de NTN-F, com risco maior para o mercado.

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